segunda-feira, 6 de maio de 2013

Como funcionam os sistemas de mistura de tintas? Eles repetem uma cor com exatidão?


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    O efeito da cor na parede pode ser surpreendente em relação às amostras e tabelas de um catálogo; assim, compre a menor embalagem disponível de cada "candidata" e teste no local
    O efeito da cor na parede pode ser surpreendente em relação às amostras e tabelas de um catálogo; assim, compre a menor embalagem disponível de cada "candidata" e teste no local
No último artigo aqui publicado nós falamos sobre os grandes grupos de tintas, como o látex PVA, as tintas acrílicas, os esmaltes. Cada tipo de tinta é mais adequado a um tipo de superfície e a escolha correta fará com que as paredes, portas, janelas ou outro elemento qualquer da sua obra fique com o melhor acabamento e a pintura tenha a maior durabilidade possível.
Entretanto, uma vez decidido o tipo de tinta a ser utilizado, aparece a grande dúvida: com que cor devo pintar a minha parede?
Atualmente o mercado oferece uma infinidade de cores. Além das tradicionais como branco, palha, bege, preto, a indústria de tintas se desenvolveu muito e hoje há milhares de opções à disposição do consumidor.

Catálogos padronizados

A maior parte dos fabricantes de tintas possui catálogos-padrão de cores. São catálogos com pouca variedade, em geral com cores mais básicas, que podem ser aplicadas diretamente nas superfícies ou misturadas pelo pintor.
Por gerações os pintores misturam essas cores prontas para obter tonalidades diversas para aplicar nas paredes. Os pintores mais velhos inclusive gostam de se gabar contando dos artifícios que utilizavam para conseguir os tons que não existiam no mercado.
Entretanto, atualmente a utilização das tintas dos catálogos-padrão é recomendada apenas se a intenção é utilizar a cor da lata ou, no máximo, diluída na tinta branca. A vantagem dessa utilização se dá em função do preço, visto que essas tintas são normalmente mais baratas. A desvantagem é a limitação de cores e, no caso das misturas mais complexas dos pintores "das antigas", a dificuldade de se conseguir repetir um tom alcançado. Como tudo era feito de modo empírico, caso fosse necessário preparar mais tinta, provavelmente o tom alcançado seria um pouco diferente do original.

Máquinas de mistura de cores

Os mesmos pintores experientes na mistura manual de cores mostram-se tristes, mas resignados atualmente, sabendo que essa é uma arte do passado. Para resolver a dificuldade de se atingir tons específicos e, principalmente, repeti-los posteriormente, as fabricantes de tintas desenvolveram máquinas que misturam as cores automaticamente a partir de fórmulas específicas e assim conseguem obter milhares de cores diferentes.
Sobre uma base em geral branca é adicionada uma série de corantes em proporções eletronicamente calculadas. A máquina então agita a mistura por tempo determinado de forma a conseguir uma cor homogênea. Cada fabricante tem atualmente catálogos com diversos tons, cada um com um código. Basta escolher o código e a máquina produz a cor desejada.
Caso seja necessário comprar mais tinta, basta retornar a qualquer loja com aquele código. Realmente não há mais como competir com essas máquinas quando o assunto é mistura de cores. A única desvantagem das tintas misturadas é com relação ao preço, normalmente mais caro do que os do catálogo-padrão, além de variar conforme a cor escolhida e a base utilizada para a mistura.
Devemos ainda citar que não são todos os tipos de tinta que podem ser produzidas nessas máquinas. Alguns fabricantes e alguns tipos de tinta ainda não podem ser misturados dessa forma, mas com o avanço da tecnologia em breve é possível que só exista essa forma de se comprar tintas coloridas.

Teste a cor na parede

Outra recomendação na hora da escolha é com relação a como visualizar a cor corretamente. Devido à enorme variedade das cores dos catálogos, é comum haver indecisão entre duas ou três tonalidades diferentes. E o efeito da cor aplicada na parede pode ser surpreendente em relação às amostras e tabelas de um catálogo. Nesse caso, o recomendado é comprar a menor embalagem disponível de cada uma fazer um teste, aplicando na parede. Assim fica bem mais fácil decidir qual a tinta correta.
Para quem não quiser ter esse trabalho ou se incomodar com o desperdício das tintas não utilizadas, a dica é olhar para os quadradinhos do catálogo sempre à luz do sol. Em geral as lojas são escuras ou iluminadas com lâmpadas fluorescentes, que não reproduzem corretamente a cor.
E sempre que possível é recomendável contar com a ajuda de um arquiteto ou outro profissional especializado. Como as cores aplicadas nas paredes sempre diferem um pouco da do catálogo, a experiência ajuda a escolher a mais adequada e a prever pequenas distorções.
Fonte: http://mulher.uol.com.br/casa-e-decoracao/colunas/fernando-forte-e-rodrigo-marcondes-ferraz/2011/09/16/como-funcionam-os-sistemas-de-mistura-de-tintas-eles-repetem-uma-cor-com-exatidao.htm?utm_source=hootsuite&utm_medium=facebooktwitter&utm_campaign=sm

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz são arquitetos formados pela FAU-USP e sócios do escritório Forte Gimenes Marcondes Ferraz (www.fgmf.com.br)

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