segunda-feira, 20 de maio de 2013

Estímulos elétricos no cérebro ajudam alunos a fazer cálculos, diz estudo


A aplicação de estímulos elétricos de alta frequência no cérebro poderia aumentar as habilidades matemáticas de uma pessoa por até seis meses, segundo pesquisadores da Universidade de Oxford.
Essas foram as conclusões de um estudo publicado na revista Current Biology que defende que tal efeito é conseguido por meio de uma técnica conhecida em inglês como “transcranial random noise stimulation”, ou TRNS (algo como “estimulação transcraniana por ruído difuso”).
Estima-se que de 5% a 7% da população sofra de um distúrbio de aprendizagem conhecido como discalculia
Estima-se que de 5% a 7% da população sofra de um distúrbio de aprendizagem conhecido como discalculia
Segundo seus coordenadores, tal técnica poderia ajudar quem sofre de doenças neurodegenerativas, teve um acidente vascular cerebral ou tem dificuldade de aprendizagem.
Estima-se que de 5% a 7% da população sofra de um distúrbio de aprendizagem conhecido como discalculia, que dificulta a realização de cálculos aritméticos. De acordo com os pesquisadores de Oxford, os portadores de tal distúrbio estão entre os que poderiam se beneficiar dessa nova técnica de estimulação cerebral.
A TRNS consiste na aplicação de estímulos elétricos em áreas específicas do cérebro por meio de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo. De acordo com os coordenadores do estudo, trata-se de um método relativamente novo, indolor e não invasivo.
Testes
Para testar os efeitos da técnica, 51 estudantes da Universidade de Oxford foram divididos em dois grupos e, por cinco dias, submetidos a exames de aritmética que testaram sua habilidade de fazer cálculos e memorizar números. Um dos grupos recebeu estimulação por TRNS e o outro não.
Não houve diferenças significativa no desempenho dos dois grupos logo no início do estudo, mas com a TRNS, o primeiro grupo acabou melhorando sistematicamente sua performance ao longo dos cinco dias.
Além disso, seis meses mais tarde, quando os participantes do estudo foram avaliados novamente, o grupo que havia sido submetido ao tratamento de TRNS continuou a ter “um desempenho superior”.
“(Nos indivíduos que receberam o estímulo), o desempenho em ambas as tarefas de cálculo e de memorização melhorou ao longo desses cinco dias – e as melhorias foram mantidas por até seis meses após o experimento”, disse Roi Cohen Kadosh, coordenador do estudo e pesquisador do departamento de psicologia experimental da Universidade de Oxford.
“Também fizemos imagens dos cérebros (dos participantes do estudo) que sugerem que a TRNS aumenta a eficiência com a qual algumas áreas cerebrais usam seus suprimentos de oxigênio e nutrientes.”
Em um estudo anterior, Kadosh e seus colegas haviam mostrado que um outro tipo de estimulação cerebral poderia melhorar a capacidade das pessoas memorizarem novos números.

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