segunda-feira, 24 de junho de 2013

Máquina transforma lixo em materiais de construção no Paraná


O professor aposentado Eudaldo Oliveira, de 64 anos, criou em Londrina, no norte do Paraná, uma máquina que pode transformar lixo em materiais de construção. O projeto, ainda em testes, pretende ajudar a solucionar o problema dos aterros sanitários na cidade.
Ex-professor de geografia, ele conta que o projeto nasceu há 20 anos. Primeiramente, Eudaldo diz que conseguiu produzir uma cola, através da quebra de polietileno, que é capaz de grudar a terra. Para que o projeto desse certo, ele utilizou materiais como pneus velhos, isopor e plástico não reciclável. Depois, construiu um modelo da máquina que está sendo testada no centro de tratamento de resíduos de Londrina.
De acordo com o ex-professor, com cinco toneladas de lixo é possível fazer 5.000 tijolos. O objetivo do projeto é criar um Sistema Integrado de Resíduos (SIR) que deve, no prazo de três anos, dar destino correto para todo o lixo produzido no município. A cidade produz uma média diária de 600 toneladas de lixo.
Funcionamento
O processo passa por quatro etapas. Primeiro, o lixo é colocado em uma esteira, onde são separados os materiais que podem ser reciclados de outra forma (como plástico, metal, papel), daqueles que não poderiam ser reaproveitados com os métodos tradicionais. Depois, o lixo não reciclável é triturado, podendo ser ainda misturado a restos de materiais de construção.
Após essa etapa, é acrescentada a cola, que faz a mistura virar uma massa homogênea. Por fim, a massa passa por um molde, onde é transformada em tijolos, telhas, pisos, vigas e outros materiais, que ficam prontos para utilização após passar por um tempo de secagem ao sol.
“Esses produtos são mais resistentes e duráveis que os convencionais feitos de barro e madeira, pois aguentam melhor o sol e a chuva”, afirma Oliveira.
Os testes foram realizados no laboratório da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e em outros laboratórios credenciados pela Embrapa Soja.  Segundo o professor, a cola já está patenteada, mas ainda não tem um nome.
Projeto em prática
Eudaldo informou que empresas e prefeituras de outras cidades já mostraram interesse na cola e no projeto da máquina. Porém, ele explica que sua intenção é apenas mostrar a possibilidade de acabar com o problema do lixo. “Se for um bom exemplo, já vale muito a pena. É preciso que as pessoas se conscientizem. Temos que achar meios de acabar com a contaminação através dos aterros”.
Segundo estudos da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) de Londrina, responsável também pelo tratamento de resíduos da cidade, o investimento indicado pelo professor para utilização da máquina em definitivo pode ser de aproximadamente de R$ 6 milhões. A prefeitura ainda busca uma parceria com a iniciativa privada para implantar a novidade e fazer parte do projeto chamado Lixo Zero, apresentado no dia 9 na Câmara Municipal.
Fonte: G1

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