segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Ceará gastou R$ 3 milhões em auxílio por acidente de trabalho em 2014

Para muitos trabalhadores que se deslocam de ônibus, de carro, de moto ou mesmo a pé, a ida e a volta do trabalho envolvem riscos. Imprevistos que acontecem durante o trajeto podem ser considerados acidente de trabalho. "É o trabalhador motociclista que se acidenta, é uma colisão envolvendo veículo de terceiro, mas o fato de acontecer no trajeto do trabalho, tanto na ida quanto na volta, a lei configura equiparando ao acidente de trabalho", explica o procurador do Trabalho Leonardo Holanda.
Quando o trabalhador morre, fica inválido ou incapacitado por mais de quinze dias, os custos vão para o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS). Nos seis meses de 2014, só de auxílio doença por causa de acidente de trabalho, o Brasil gastou quase R$ 162 milhões, e o Ceará quase R$ 3 milhões. Uma conta que, indiretamente, todo mundo paga. Em média, a cada 40 minutos ocorre um acidente de trabalho no Estado.
O acidente de trabalho pode acontecer no caminho de ida ou volta do trabalhador,  mas a maioria ainda é registrada dentro do próprio ambiente de trabalho. No Ceará, a Superintendência do Trabalho analisou, em 2013, 61 casos que deixaram 22 trabalhadores mortos. Nesse período, os setores que mais fizeram vítimas foram os da indústria, da construção e o da pesca em alto mar.
O CETV 2ª Edição e o Bom Dia Ceará exibem a série de reportagens, "Epidemia Silenciosa", sobre o meio ambiente e acidentes de trabalho.  As reportagens serão exibidas de segunda-feira (28) a quarta-feira (30) nos dois jornais e publicadas no G1 Ceará.
"O acidente de trabalho acaba sendo uma conta alta, é uma conta alta para o SUS, que vai dar assistência lá no posto de saúde. Depois do posto de saúde, do tratamento, vem a reabilitação, que é a inserção no mercado de trabalho. Tem um custo para a previdência social e acaba tendo um custo para as empresas, que deixam de ter mão de obra produtiva no seu quadro", afirma chefe do serviço de Saúde do Trabalhador, Gonçalo Soares.
Para o trabalhador e para a sua família, o prejuízo é ainda maior. Muitos ainda precisam procurar a Justiça. Os juízes têm um desafio, relacionar os velhos direitos com os novos cenários do mundo do trabalho.
"Antigamente, nós víamos acidentes propriamente ditos, queda, coisa que era visível acidente de trabalho. Hoje, nós temos um aprimoramento desses acidentes de trabalho, sejam decorrentes de LER (Lesão por Esforço Repetitivo) ou DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), que você tem dificuldade de dizer se aquilo teve relação com o trabalho ou não. Doenças psicológicas mesmo, decorrentes de assédio moral. Nós temos um calabouço muito grande de doenças ocupacionais e até acidentes de trabalho diferentes daqueles que são os corriqueiros antigos", afirma o juiz do trabalho, Carlos Leonardo Teixeira Carneiro.
Enfrentar um processo judicial não é fácil, mas o bancário Cleber Rego não desistiu. Depois que foi demitido, entrou na Justiça para provar que adquiriu vários problemas psicológicos na empresa onde trabalhava. "Até hoje, eu dediquei toda minha vida pelo trabalho, porque meu histórico é de trinta anos e nenhuma empresa vai ficar trinta anos com um funcionário se ele for incompetente ou irresponsável. Por isso que eu batalho e eu acredito que a justiça vai me dar um resultado positivo", afirma Cleber.
Na reportagem desta quarta-feira (29), a série “Epidemia Silenciosa” vai mostrar como a prevenção pode ser uma grande aliada dos trabalhadores e também das empresas e que todos ganham com mais segurança nos meios ambientes de trabalho.

Fonte: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2014/07/ceara-gastou-r-3-milhoes-em-auxilio-por-acidente-de-trabalho-em-2014.html

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